terça-feira, 16 de abril de 2013

"O SUS é universal, mas o acesso e a qualidade de atendimento ainda não"

O racismo tem sido um dos entraves para o acesso da população negra ao Sistema Único de Saúde. O problema, que ocorre em todo o Brasil, fez com que a Assessoria de Gestão Estratégica e Participativa da Secretaria de Estado de Saúde iniciasse atividades com o objetivo de elaborar propostas de intervenção para a promoção da equidade étnico-racial na atenção à saúde. A criação do Comitê Técnico Estadual da Saúde da População Negra foi um dos passos mais importantes, mas para a assessora Carina Pacheco, há muito a percorrer.

Para Carina, a igualdade pode ser alcançada através de políticas públicas
O Sistema Único de Saúde é baseado no princípio da universalidade. De  onde vem a desigualdade?
O SUS é universal, mas o acesso e a qualidade de atendimento não. Inúmeros estudos evidenciam a existência de disparidades ao longo dos anos, sendo que a população negra detém alguns dos piores indicadores – maiores taxas de mortalidade infantil, materna e por causas externas como homicídios, além de doenças epidemiológicas, entre outras.

Como pode ser enfrentado o racismo institucional nas unidades de saúde?
O racismo é uma doença social que causa sofrimento físico e emocional, por isso deve ser confrontada através de uma Política de Saúde Pública. Propomos esse debate no IV Seminário Estadual de Saúde da População Negra, realizado em novembro. A proposta é promover mudanças de comportamento nos profissionais de saúde, levando a uma sensibilização sobre o tema. 

Quais as doenças mais predominantes entre a população negra?

São várias. Entre as de origem genéticas há a doença falciforme. Outras têm evolução agravada pela dificuldade de acesso à saúde, como no caso de hipertensão, diabetes e doenças cardiovasculares. Outras ainda são adquiridas em condições desfavoráveis como abortos sépticos e transtornos mentais.
 

Quais são os avanços para combate à desigualdade no atendimento à saúde?
Em 2013, vamos capacitar os profissionais que trabalham nas UPAs e hospitais estaduais para o preenchimento do quesito raça/cor nos sistemas de saúde. Assim será possível evidenciar a amplitude da discriminação nos serviços de saúde pública. 

 (Fonte: Informativo da Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro Ano 4 | nº 28 - 2012) 

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